terça-feira, 3 de agosto de 2010

NBR 13759/1996 - SEGURANÇA DE MÁQUINAS

ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR 13759 - 1996

Segurança de máquinas - Equipamentos de parada de emergência - Aspectos funcionais - Princípios para projeto

Sumário
Prefácio
Introdução
1 Objetivo
2 Referências normativas
3 Definições
4 Requisitos de segurança
Prefácio
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o
Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras,
cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros
(CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ONS),
são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas
por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo
parte: produtores, consumidores e neutros (universidades,
laboratórios e outros).
Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos
CB e ONS, circulam para Votação Nacional entre os
associados da ABNT e demais interessados.
Foi usada, como texto de referência para este trabalho, a
norma EN 418:1992 - Safety of machinery - Emergency
stop equipment, functional aspects - Principles for design.
Introdução
A EN-292-2 especifica a necessidade de equipamento de
parada de emergência para máquinas, exceto para:
- máquinas em que um equipamento de parada de
emergência não reduz o risco, por não reduzir o tempo
de parada ou por não habilitar medidas especiais,
necessárias para reduzir o risco;
- máquinas manuais portáteis e máquinas manualmente
guiadas.
A finalidade desta Norma é especificar os requisitos
funcionais que devem ser cumpridos pelo equipamento de
parada de emergência, para atender os requisitos essenciais
de segurança.
1 Objetivo
Esta Norma especifica os princípios de projeto de equipamentos
de parada de emergência para máquinas. Não se
leva em consideração a natureza da fonte de energia.
Uma demarcação funcional do equipamento de parada de
emergência é mostrada na figura 1. A figura 2 ilustra a
localização deste equipamento na máquina.
Palavras-chave: Segurança de máquinas. Máquinas perigosas.
Prevenção de acidentes. Dispositivos de
segurança. Dispositivos de controle. Parada.
Medidas de emergência. Projeto. Especificações
5 páginas
Origem: Projeto 04:016.01-014:1996
CB-04 - Comitê Brasileiro de Máquinas e Equipamentos Mecânicos
CE-04:016.01 - Comissão de Estudo de Máquinas Injetoras de Plástico
NBR 13759 - Safety of machinery - Emergency stop equipment, functional aspects -
Principles for design
Descriptors: Safety of machinery. Dangerous machines. Accident prevention.
Safety devices. Control devices. Stopping. Emergency measures. Design.
Specifications
Esta Norma foi baseada na EN 418:1992
Válida a partir de 31.01.1997
2 NBR 13759:1996
Figura 1 - Aspectos funcionais do campo de aplicação desta Norma
3.2 riscos: São aqueles provenientes de:
- irregularidades funcionais (mau funcionamento da
máquina, propriedades inaceitáveis do material
processado, falhas humanas, etc.);
- operação normal.
3.3 equipamento de parada de emergência: Conjunto de
componentes que objetivam a atuação da função parada
de emergência (ver figura 2, que mostra as partes da
máquina que podem pertencer a este conjunto).
3.4 dispositivo de controle: Componente do equipamento
de parada de emergência, que gera o sinal de parada quando
o controle manual (acionador) é operado.
3.5 controle manual (acionador): Componente do
dispositivo de controle que, quando operado, ativa o
dispositivo de controle; é previsto para ser operado por
uma pessoa (ver 4.4.1).
3.6 atuador da máquina: Mecanismo de potência usado
para efetivar o movimento da máquina.
3.7 ação mecânica positiva: Ação onde um componente
mecânico móvel, inevitavelmente, move outro componente
simultaneamente, por contato direto ou através de elementos
rígidos; estes componentes são ditos como conectados no
modo positivo ou positivamente. O mesmo se aplica a um
componente que impede qualquer movimento de outro,
simplesmente em razão de sua presença.
Por outro lado, onde o movimento de um componente
mecânico permite que outro se mova livremente (pela
gravidade, por força de mola, etc.) não há uma ação mecânica
positiva do primeiro sobre o segundo componente.
2 Referências normativas
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que,
ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para
esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no
momento desta publicação. Como toda norma está sujeita
a revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos com
base nesta que verifiquem a conveniência de se usarem as
edições mais recentes das normas citadas a seguir. A
ABNT possui a informação das normas em vigor em um
dado momento.
NBR 5410:1990 - Instalações elétricas de baixa tensão
- Procedimento
EN 60947-5-1:1992 (3rd part) - Low voltage switchgear
and controlgear - Part 5: Control cicuit devices and
swiching elements - Chapter 1: Definitions,
characteristics, tests - Section 3: Special requirements
for control switches with positive opening operation
3 Definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes
definições.
3.1 parada de emergência (função): Função que deve:
- impedir o aumento ou reduzir o risco existente a
pessoas e danos à máquina ou ao trabalho em andamento;
- ser iniciada por uma simples ação humana, quando a
função de parada normal, não for adequada para este
fim.
NOTA - Funções como reversão ou limitação do movimento,
deflexão, acionamento de anteparos, freamento, desconexão, etc.,
podem fazer parte da função parada de emergência. Esta Norma
não abrange estas funções.
NBR 13759:1996 3
1 - Atuadores.
2 - Dispositivo(s) de controle, geradores do sinal de parada de emergência.
3 - Parte do sistema de controle responsável pelo processamento do sinal de parada de emergência.
4 - Elementos de controle de potência (contatores, válvulas ou controladores de velocidade), meios de desconexão (embreagens, etc.) e
freios empregados para se conseguir a parada de emergência, mesmo que sejam também utilizados para a operação normal da máquina.
Figura 2 - Equipamento de parada de emergência em máquinas
4 NBR 13759:1996
4 Requisitos de segurança
4.1 Requisitos gerais
4.1.1 A função parada de emergência deve estar disponível
e operacional a qualquer tempo, independentemente do
modo de operação.
NOTA - Quando os dispositivos de controle de parada de emergência
podem ser desconectados (por exemplo, unidades pendentes
remotas) ou quando a máquina pode ser parcialmente isolada,
cuidados devem ser tomados, para evitar confusão entre
dispositivos de controle ativos e inativos.
4.1.2 O dispositivo de controle e seu acionador devem aplicar
o princípio da ação mecânica positiva.
NOTA - Uma chave de controle com operação positiva de abertura
é um exemplo de um dispositivo de controle adequado. De acordo
com EN 60947-5-1:1992 (3a parte, subitem 2.2), operação positiva
de abertura (de um elemento de contato) é a obtenção da separação
do contato, como resultado direto de um movimento específico da
chave acionadora, através de partes não resilientes (por exemplo,
não dependentes de mola).
4.1.3 O equipamento de parada de emergência não deve
ser usado como alternativa a medidas adequadas de proteção
ou a dispositivos automáticos de segurança, devendo
ser usado como uma medida auxiliar.
4.1.4 Após a ativação do acionador, o equipamento de
parada de emergência deve operar de tal forma que o risco
seja eliminado ou reduzido automaticamente, da melhor
maneira possível.
NOTAS
1 A expressão “da melhor maneira possível” inclui entre outros:
- seleção da razão de desaceleração ótima;
- seleção da categoria de parada (ver 4.1.5), de acordo com a
probabilidade do risco.
2 “Automaticamente” significa que, após a ativação do equipamento
de parada de emergência, a efetiva obtenção da função parada de
emergência é resultado de uma seqüência predeterminada de
funções internas.
4.1.5 A parada de emergência deve funcionar como:
- parada de categoria 0, isto é, parada por imediata
remoção da energia do(s) atuador(es) da máquina ou
desconexão mecânica (embreagem) entre os elementos
de risco e o(s) correspondente(s) atuador(es)
da máquina; ou
- parada de categoria 1, isto é, uma parada controlada,
com fornecimento de energia ao(s) atuador(es) da
máquina necessária para se atingir a parada e, então,
quando a parada é atingida, a energia é removida.
4.1.6 O equipamento de parada de emergência deve ser
projetado de tal forma que a decisão em ativar o acionador
de parada de emergência não requeira do operador
considerações dos efeitos resultantes (zona de parada,
razão de desaceleração, etc.).
4.1.7 O comando da parada de emergência deve prevalecer
sobre todos os outros comandos.
4.1.8 A resposta da máquina ao comando de parada de
emergência não deve gerar nenhum outro risco.
4.1.9 A função parada de emergência não deve prejudicar a
eficiência de dispositivos de segurança ou dispositivos com
funções relacionadas com a segurança.
4.1.10 A função parada de emergência não deve prejudicar
qualquer meio projetado para livrar pessoas presas.
4.1.11 Qualquer ação no acionador que resulte na geração
do comando parada de emergência deve também resultar
na retenção do dispositivo de controle, de tal forma que,
quando a ação do acionador for descontinuada, o comando
da parada de emergência seja mantido até que o dispositivo
de controle seja desacionado. Não deve ser possível a
retenção do dispositivo de controle sem a geração do
comando de parada.
NOTA - No caso de uma falha do dispositivo de controle (retenção
incluída), a função geradora do comando de parada tem prioridade
sobre a função retenção.
4.1.12 O desacionamento do dispositivo de controle apenas
deve ser possível como resultado de uma ação manual
sobre este dispositivo.
O desacionamento do dispositivo de controle não deve, por
si só, gerar o comando de movimento da máquina.
Não deve ser possível o acionamento do movimento da
máquina sem que todos os dispositivos de controle de
parada de emergência, que foram acionados, sejam manualmente
desacionados, individualmente e intencionalmente.
4.1.13 O estado da máquina, resultante do comando parada
de emergência, não deve ser alterado de forma não intencional
(inesperada), durante o tempo em que o dispositivo
de controle permanecer na condição atuada.
4.2 Requisitos específicos para equipamentos elétricos
Ver NBR 5410.
4.3 Condições de operação e influências do meio
Os componentes do equipamento de parada de emergência
devem ser selecionados, montados e interconectados de
forma que este equipamento suporte as condições de
operação previstas, bem como as influências do meio. Isto
inclui:
- consideração da freqüência de operação e a
necessidade de ensaios periódicos (chaveamentos
especiais de segurança devem ser previstos no caso
de operação não freqüente);
- considerações sobre vibração, choques, temperatura,
poeira, corpos estranhos, umidade, materiais corrosivos,
fluidos, etc.
NBR 13759:1996 5
4.4 Forma, cor e disposição dos acionadores de parada
de emergência
4.4.1 Os acionadores de parada de emergência devem ser
projetados para fácil atuação pelo operador ou outros que
possam necessitar da sua operação. Os tipos de acionadores
que podem ser utilizados incluem:
- botões de acionamento tipo cogumelo;
- cabos, barras;
- alavancas;
- em aplicações específicas, pedais sem coberturas
protetivas.
4.4.2 Os acionadores da parada de emergência devem ser
posicionados de forma a permitir fácil acesso e operação
pelo operador ou outras pessoas que necessitem operá-lo
sem riscos.
NOTA - Medidas para evitar o acionamento inadvertido não devem
prejudicar a acessibilidade.
4.4.3 Os acionadores de parada de emergência devem ter
cor vermelha. Existindo uma superfície posterior ao acionador
e, sendo possível, devem ter cor amarela.
NOTAS
1 Em algumas circunstâncias, pode ser útil a adição de etiquetas
de identificação.
2 Quando aplicados cabos ou barras, pode ser útil, para melhorar
sua visualização, a aplicação de etiquetas para identificação.
4.4.4 Quando a máquina for dividida em várias zonas de
parada de emergência, o sistema deve ser projetado de
forma a tornar de fácil identificação a correspondência entre
os acionadores e as respectivas zonas de atuação.
4.5 Requisitos adicionais para cabos ou barras, quando
usados como acionadores
4.5.1 Devem-se considerar:
- a deformação necessária para a geração de um sinal
de parada de emergência;
- a deformação máxima possível;
- a mínima distância entre o acionador e a parte mais
próxima da máquina;
- a força aplicada no acionador, necessária para a
atuação da unidade de controle;
- tornar os acionadores visíveis para os operadores
(por exemplo, pela aplicação de etiquetas).
4.5.2 Na eventualidade de quebra ou desconexão de um
cabo ou barra de acionamento, o sinal de parada deve ser
gerado automaticamente.
4.5.3 Dispositivos de desacionamento devem ser localizados
de tal forma que todo o comprimento do cabo ou
barra de acionamento seja visível da posição do dispositivo
de acionamento.
NOTA - Se isto não for possível, nas instruções de utilização deve
constar que, após a atuação e antes do desacionamento da parada
de emergência, a máquina deve ser inspecionada em toda a região
do cabo ou barra de acionamento, com o objetivo de constatar a
razão do acionamento.

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